quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Escadarias


Havia uma escada para subir, sem saber para onde iria levar.

Era muito íngreme, quase não se podia ver o fim.

Essa escada tinha um nome, mas ninguém nunca ouviu falar.

Era possível ver uma curva mais a frente, parecia ser o fim.

Ela só tinha uma direção - para cima - e era impossível voltar.

Depois da curva, mais degraus, maiores que os que passaram.

A cada degrau, não se podia subir aos passos, era preciso escalar.

Outra curva e mais degraus, sempre mais difíceis que os anteriores.

Por vezes, nos cansamos, então, por um tempo temos que estacionar.

É possível ver outras escadas, cada uma seguindo seu caminho.

Algumas ainda se cruzam ou se emparelham no ar.

Entre escadas mais curtas e outras mais cumpridas.

Sigo subindo, por vezes descansando, até chegar no ultimo degrau.

Seja ele qual for.


quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Um piadista chamado Destino



*** Atenção: este post contem SPOILERS de filmes ***

"Eu não sei se mamãe está certa ou se o Tenente Dan é que está.
Não sei se... cada um tem um destino ou se só flutuamos sem rumo...
como uma pena numa brisa... mas, acho que talvez sejam ambas as coisas.
Talvez as duas coisas aconteçam ao mesmo tempo."

Eu estava querendo escrever sobre destino. Na verdade estava querendo escrever minha opinião sobre ele. Mas eu percebi que se fosse escrever apenas minha opinião, esse post teria apenas uma frase, e seria mais ou menos assim: "O Destino é um tremendo brincalhão." - é claro que em algumas situações já troquei o brincalhão por outros nomes menos simpáticos.

Pois bem, estava eu passando os canais, quando que por força do destino (risos) liguei a TV e lá estava um homem sentado em um banco, esperando um ônibus, contando umas histórias e comendo alguns bombons (a título de curiosidade, no mesmo cenário usado em De Volta para o Futuro). Como eu só havia assistido a esse filme umas 26 vezes, fiquei interessado no filme, bem no final escutei o diálogo transcrito no início desse post e foi isso que me deu um fôlego maior para falar sobre o destino.

Eu fiquei travado por um tempo quando escutei esse diálogo, porque na verdade eu o que eu queria mesmo era escrever um monte de complexidades - e não só um parágrafo -  sobre o destino, mas de repente me vem esse “dialogo” simples e objetivo descrevendo tudo o que eu queria dizer. 

Duas situações, uma delas ilustrada por uma cena de filme e outra por um discurso, mostraram como o destino interfere nas nossas vidas, mas que a decisão ainda se mantém em nossas mãos. A primeira situação ocorre no finalzinho do filme Marley & Eu onde o personagem John Grogan reencontra seu amigo Sebastian após alguns anos. Nesse ponto da primeira situação ocorre a convergência com a outra situação, onde Steve Jobs fala em seu famoso Discurso de Stanford sobre como não é possível ver os resultados das nossas ações de hoje 10 anos no futuro, contudo, você consegue retroceder 10 anos no passado e reavaliar o impacto que suas decisões tiveram na sua vida hoje. No momento em que John Grogan encontra seu amigo, ambos fazem esse retrocesso, avaliando todas as decisões que tomaram, sejam elas difíceis ou não, certas ou erradas. Talvez em questão de segundos eles fizeram uma rápida avaliação de como tudo seria diferente se em uma determinada decisão a opção escolhida fosse a outra, e no final, em seus rostos há um misto de “e se fosse diferente” com “eu fiz a coisa certa”.

Não acredito que o destino interfira em tudo, principalmente em nossas decisões. Se pensarmos dessa forma, qual seria a graça se a responsabilidade de nossos atos, estivesse sempre relacionada com algo que já era previsto? Onde estaria o livre arbítrio?

Talvez nós possamos ter algumas tarefas a cumprir em nossa vida, como uma forma de evolução e de recuperação. Somos humanos e erramos, e erramos muito por sinal, por isso acredito que precisamos ter um significado em nossas vidas, fazer o melhor da melhor forma possível, levando em consideração, principalmente, o respeito pela humanidade, e se entendermos que esse é o nosso caminho, se dedicar  em prol dela. Como diria André Luiz em Nosso Lar: "Não estamos aqui a passeio."

Pelo fato de nossas decisões serem muito importante em nossas vidas, muitas vezes nos sentimos derrotados diante de uma decisão errada, frustrados por ter cometido uma falha e ficamos cultivando a culpa. Só que esquecemos que ainda temos o que fazer, que não viemos só com um objetivo e que o trabalho a ser executado está apenas começando, que seu descanso só ocorrerá quando realmente for a nossa hora de descansar.

O destino não é cruel, mas muitas vezes, as decisões que tomamos são muito cruéis. A dificuldade das nossas decisões é proporcional ao impacto que ela terá em nossas vidas e essa dificuldade piora cada vez mais quando essa decisão interfere na vida de outras pessoas, e devemos entender que a grande maioria delas sempre afetará outras pessoas. Embora acertar em nossas decisões sempre seja uma vitória, nossos erros sempre serão perdoados, leve o tempo que levar e as vidas que levarem. Evoluir com elas deve ser sempre nosso objetivo. A próxima decisão esta aí, agora, nesse momento. A própria publicação desse post foi uma decisão.

Duda.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Feliz Dia da Educação das Crianças!


O dia das crianças está chegando, outra data que cada vez mais me parece existir unicamente para fins comerciais. Os canais de televisão começam a passar cada vez mais comerciais de brinquedos, carrinhos que pulam, quebram e se reconstroem, bonecas que choram, mamam e fazem xixi, promessas de diversão e entretenimento, mas... e a educação?

Gostaria muito que o dia das crianças fosse uma data para celebrar as pessoinhas que futuramente serão nossos médicos, professores e autoridades. Mas será que temos mesmo o que celebrar atualmente? Crianças que levam armas na escola (e ultimamente isso não é algo raro), crianças brigando entre si, ameaçando colegas e professores, agredindo verbalmente e fisicamente os professores e desrespeitando os adultos de uma forma geral. Essas crianças agem como se fossem os donos do mundo. Isso me preocupa, pois amanhã elas serão os donos do mundo! 


Posso ser um pouco saudosista, mas no meu tempo respeitávamos os professores, as inspetoras (“tias”) e principalmente a diretora (apenas para constar, estudei da 1º a 8º em escola pública). Eu tinha medo dessas pessoas? Não. Eu tinha respeito por elas, pois elas eram firmes, autoritárias, tinham o poder de advertir, suspender e até me reprovar. Eu tinha vergonha de chegar em casa com notas baixas e meus pais ficarem zangados e com certeza eu ficaria de castigo, sem brincar e teria que estudar até dominar o assunto para fazer a recuperação.


Quero deixar bem claro que estarei falando de uma forma geral. As crianças que hoje estudam em escolas públicas não têm a educação que deveriam ter, mas em compensação as crianças que estudam na escola particular não têm os limites que deveriam ter. 


As crianças matriculadas nas escolas públicas não têm a educação que deveriam ter, pois são aprovadas automaticamente, bastam ir à escola para – deixe me ver – estudar? Para que estudar? Apenas o fato de estar na escola já garante que estarão aprovadas no ano letivo. Você pode até dizer para a criança que se ele não estudar, não será bom para ela no futuro ou que não conseguirá fazer uma boa faculdade, ou utilizar qualquer outro argumento nesse sentido e ainda dar exemplos. As crianças querem é brincar, aprontar, aproveitar seu tempo com coisas legais (ou ilegais), mas se não temos uma ferramenta de controle, como vamos fazer isso? Como vamos fazer as professoras, inspetoras e diretoras serem respeitadas?

Com meu estudo fundamental em escola publica, não pude entrar em uma escola técnica pública e muito menos em uma faculdade pública. Infelizmente, tive que seguir com meus estudos em colégio e faculdade particulares trabalhando e contando com ajudas dos meus pais, mas pude saber o que é educação e respeito.


Embora eu não possa dizer se isso já acontece ou se vai mesmo acontecer, eu tenho uma preocupação com a qualidade do ensino na rede publica e com o empenho e comprometimento por parte do professores com esses alunos. Afinal, para que se esforçar com alunos desmotivados e ainda correr risco de vida cobrando melhor desempenho dos alunos? Sempre disse que, embora cada uma das profissões tente justificar a sua importância no mundo, a que sempre será a mais importante, indispensável e que deveria ser a mais respeitosa (e bem remunerada) é a do professor. 


No caso das escolas particulares, percebo que as crianças não têm muitos limites. Parece que pelo fato dos pais estarem pagando, existe uma “flexibilidade” no tratamento das crianças, talvez para evitar stress dos pais em ter que chamá-los caso estejam aprontando, já que estão pagando para que seus filhos sejam educados. Quais são os limites que essas crianças teriam na vida, se na escola ninguém lhes fala “não”? Ou em sua casa, já que os pais passam o dia todo fora e o pouco tempo que passam juntos não vão lhes negar nada? Como reagirá essa criança em um emprego novo ou em um relacionamento? Como essa criança se comportará em uma família? Os professores nada podem fazer, pois não podem ir contra a instituição que fazem o pagamento (em dia) do seu salário. Essas crianças do ensino particular vão estudar em colégios e universidades públicas consideradas excelentes.


O que é necessário para construir um futuro promissor? A matéria-prima para isso são as crianças e os professores são as ferramentas, mas o que fazer se as crianças estão sendo muito mal educadas e professores cada vez com mais medo de educar? Descarto aqui quaisquer interferências dos pais na baixa qualidade da educação de nossas crianças, porque sempre vão existir pais trabalhando todo o dia, fazendo turno dobrado para sustentar a família, contando com a ajuda de avós para criar seus filhos. É fato que hoje estamos passando por uma crise na educação e a primeira coisa que precisamos fazer para construir um futuro promissor, é acabar com a aprovação automática de ano dos alunos da rede de ensino pública. Depois disso vamos ter a visão real da má qualidade da educação brasileira e ver que temos muitos problemas a resolver. Sabendo da dimensão do problema, teremos que exigir escolas novas, melhores condições nas já existentes, mais professores e melhor remuneração.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Dica Musical - B Negão e os Seletores de Frequência.


A música é a própria personificação da democracia. Você pode cantar bem ou mal, com uma letra superficial e totalmente comercial ou fazer uma dura critica ao governo. Você pode colocar um instrumento ou uma orquestra inteira. O instrumento pode ser um pedaço de madeira amarrado com arame e uma cabaça cortada ou pode ser um par de pickup e um mixer. Você pode dançar, pular, dar cambalhotas ou ficar sentado em um banco. Você pode ainda gostar ou não de uma música.

Cada parte da minha vida foi regida por um estilo de música e hoje, felizmente, levo essa diversidade musical com muito gosto. Meu Ipod em modo shuffle (aleatório) toca desde MPB ao Rock, Jazz ao Hip Hop, Samba ao Rap e Blues ao Reggae, mas se tem uma coisa que me atrai são os ritmos que se misturam, músicas que você escuta e não sabe enquadrar em qual gênero ela se encaixa, com letras inteligentemente afiadas para rasgar com criticas a sociedade, humanidade, governo ou seja lá o que for. Comercialmente falando, essa indefinição de gênero ou duras criticas não são positivas, mas musicalmente, essa quebra de paradigma, constrói um ambiente sonoro novo para nossos ouvidos e quando isso ocorre, mesmo que em uma escala muito pequena, nos incomodamos quando voltamos aos gêneros pré-fabricados e melhor, nos incomodamos com as criticas colocadas nessas músicas.

B Negão e os Seletores de Frequência é isso! Quando escutei pela primeira vez, o que mais me chamou a atenção foi a diversidade sonora, Hip Hop com Dub e o trompete colocando um tempero Blues, destaque para a faixa “Ho Hay”, totalmente instrumental. Depois da primeira impressão, comecei a prestar atenção nas letras e fiquei impressionado com o conteúdo, que além da critica sócio-política, para minha surpresa, também tem um apelo espiritualista muito forte.

As faixas “Nova Visão”, “O Processo” e “V.V.”, são uma síntese de alguns fundamentos espiritualistas como o desprendimento ao materialismo, lei da ação e reação, evolução espiritual, fé em Deus (ou seja lá qual for o nome dado a Ele), entre outros. Outra faixa que chamou minha atenção para esse lado foi “O Opositor”, que na minha visão parece falar dos “obsessores” e como eles interagem conosco.

A faixa “Prioridades” é uma crítica ferrenha a sociedade, dando um tapa na nossa cara, mostrando como as nossas prioridades estão distorcidas, onde a felicidade esta em bens materiais, ou ainda nos extremismos religiosos chamadas de guerras-santas. Enfim, se você é um ser humano, sinta-se criticado.

Por ultimo a faixa “Enxugando Gelo”, minha preferida, além de um teor de história em quadrinhos, me fez refletir em como existem muitos super-heróis no mundo, sobrevivendo com salários ínfimos, alimentando uma família, pagando impostos, educando os filhos com amor e ainda por cima fazendo tudo isso com bom humor.


Quando eu escuto um som como B Negão e os Seletores de Frequência, por um lado eu fico muito satisfeito em ver que é possível criticar a sociedade e o governo de uma forma inteligente – por que é isso que eles são – com qualidade sonora e maestria nos arranjos e mixagens. Mas, por outro lado, penso que poderiam ter mais sons como esse, que esse tipo de música dominasse os Ipods dos jovens e adolescentes, que as frases dessas músicas os incitassem a agir dentro da sociedade e contra o governo, quando necessário. Por isso, procuro sempre mais sons como esse – e tenho encontrado. Sigo torcendo para que B Negão e os Seletores de Frequência tão logo possa produzir mais um trabalho primoroso como o álbum Enxugando Gelo.

Acredito que o mundo esteja passando por um processo de mudança e que a Nova Visão pode estar acontecendo agora, devagar, mas acontecendo.

Duda.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O livre arbítrio dos homens


Essa semana li uma matéria interessante na revista Galileu, embora o assunto seja um pouco complexo, vou tentar colocar minha opinião da maneira mais imparcial possível. O titulo da matéria já é bem impactante para qualquer religioso: “Uma bíblia sem Deus”. A matéria fala sobre uma bíblia para ateus, onde o autor reúne frases e conceitos de grandes pensadores. É possível ler uma parte da matéria em formato digital aqui.

Obviamente ainda não li esse livro, pois ainda não se encontra disponível no Brasil, mas pretendo ler. O assunto coloca em pauta uma discussão secular, onde milhares de pessoas já morreram por frases muito mais brandas das que eu vou colocar aqui. Entendam que não vou fazer criticas a nenhuma religião, muito menos coloco em questão as crenças das pessoas, mas vou fazer uma dura critica ao ser humano.

Independente de acreditar em Deus ou não, as pessoas precisam renovar sua fé nos homens, nos indivíduos que convivem diariamente, que se relacionam e que muitas vezes se chamam de irmãos. Rezar para Deus, para Alá, Thor, Odin ou qualquer outra denominação, rogando por milagres é importante, milagres podem acontecer. Mas será que quase todos os nossos problemas não poderiam ser resolvidos sem milagres, se rogássemos a nossos irmãos, os homens, com humildade e caridade, estes não estenderiam suas mãos para nos ajudar?

Tudo bem, não quero criar aqui uma utopia. “Paz no mundo” é um chavão muito ultrapassado, desgastado em paródias de concursos de beleza.

Vou citar 10 coisas que as pessoas deveriam fazer para que o mundo (de uma forma geral) se tornasse um bom lugar para se viver:

1. Ame bem
2. Busque o bem em todas as coisas
3. Não faça mal aos outros
4. Pense por si mesmo
5. Assuma responsabilidade
6. Respeite a natureza
7. Faça o seu melhor
8. Seja informado
9. Seja bondoso
10. Seja corajoso - ao menos tente sinceramente

Tenho que confessar que os 10 itens acima não sairam da minha mente. Vou explicar.

O que me entusiasmou para falar desse assunto tão polemico (ainda mais nesse recém nascido blog) foi ver uma lista de 10 ações citadas na matéria com o nome de “os dez mandamentos do ateu”, os quais eu transcrevi acima na íntegra.

Eu coloquei de propósito os itens acima e depois a referência de onde os copiei, para que não lêssemos com um certo preconceito. Não é interessante como essas palavras vieram de pessoas taxadas como “pessoas que não tem Deus no coração”? Não é interessante a preocupação com o bem estar próprio e o bem estar dos homens? Não é interessante o conceito da fé nos homens?

Pois bem, não vou entrar em detalhes e nem me prolongar muito. Dentre todos os mandamentos apresentados acima, dois me chamam muito a atenção:

- Assuma a responsabilidade: “Deus quis assim”. “Como Deus é impiedoso”. Muito fácil colocar a culpa em alguém, ainda mais Alguém que não tem como se justificar, certo? Eu só posso dizer uma coisa: “Cara, assuma as merdas que você faz!”

- Seja informado: A esfera terrestre esta girando (sim, ela não é plana!) e saber somente o que ocorre no seu pequeno mundinho não vai te levar a lugar nenhum. Estamos vivendo tempos que as informações correm tão rápidas quanto os próprios fatos, por isso, só não sabe aquele que não quer saber, e se você não sabe, procure conhecer antes de colocar sua opinião.

Essa bíblia deveria ser um guia da humanidade complementar a qualquer religião ou crença (ou falta dela). Não importa se você acredite em Deus, assim como eu acredito Nele, ou que você O chame por outro nome, ou ainda que cada um Deles tenha seu significado e o seu próprio nome. Para algumas pessoas é importante ter fé e seguir os preceitos religiosos, mas devemos acima de tudo praticar a fé nos homens, respeitando suas crenças, suas culturas e seus rituais. O maior bem da humanidade não são os templos religiosos ou terras sagradas, mas sim a própria humanidade, o homem!

Duda

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Previsibilidade

*** Atenção: este post contem SPOILERS de filmes ***

No final de semana comecei a assistir a um filme com minha esposa. O filme se chamava O Poder da Traição (2009) com Julianne Moore e Liam Neeson. Nos primeiros 10 minutos do filme foi nítido (pelo menos para mim) como o filme iria se desenrolar até seu fim. Basicamente a Julianne Moore desconfiava da simpatia do marido Liam Neeson com as mulheres e durante um jantar em um restaurante acabou conhecendo uma garota de programa, que a mando de Julianne Moore, iria se insinuar para seu marido. Foi muito previsível que a personagem que interpretava a garota de programa estava mentindo sobre os encontros com o marido da Julianne Moore. Tive que tecer meu comentário sobre como tudo soava muito fantasioso e que era evidente que a garota estava flertando a Julianne Moore (Isso mesmo!). Claro que ouvi comentários do tipo: "Que absurdo, ela não esta mentindo sobre o marido da Julianne Moore só para dar ‘uns pegas’ nela!" e ainda "Esse cara não é nenhum santo... ele deve ter feito coisa errada mesmo!". Não sei se é porque gosto muito de filmes ou já assisti muitos dos tipos mais variados, e com isso, acabei percebendo que alguns filmes são mestres em clichês, e esse esta entre os TOPs.

Acabei por apreciar filmes com características imprevisíveis, como o Bastardos Inglórios (2009) do Quentin Tarantino - tudo bem que não tem nenhum filme dele com características previsíveis - que simplesmente joga a história da humanidade no lixo e a recria como o mundo todo gostaria que tivesse sido. Outro bom exemplo é o Sexto Sentido (1999) de M. Night Shyamalan que chamou a atenção para a reviravolta nos últimos minutos da trama. Ou ainda um filme um pouco mais velhinho, como o Se7en (1995) que, em minha opinião, embora o “mocinho” mata o “bandido” no final, este ultimo vence, pois ele próprio foi conseqüência do que seria o sétimo pecado: Ira. Nessa perspectiva, o "bandido" vence no final.

Eu acabei tomando como premissa que, quando o “mocinho” se ferra no filme, este sim é um bom filme. Mas é claro que já me enganei algumas vezes, mas esses enganos foram poucos comparados aos acertos dos filmes previsíveis.

Pois bem, eu sei que falei um pouco de filmes, mas foi apenas uma introdução para falar da previsibilidade na vida real. De cara já vou dizendo que eu me considero uma pessoa previsível, mas até que ponto isso é ruim ou em que momentos a previsibilidade passa a ser uma qualidade?

Na teoria - e quando eu digo "na teoria" é porque sabemos de tudo isso, mas aplicar é outra história - tudo não passa de como colocar os ingredientes na medida certa. A previsibilidade sugere que estejamos em algo repetitivo, dentro de um padrão de acontecimentos, mas não chega a ser uma rotina, assim como assistir diversos filmes com o mesmo enredo, porém com cenários, personagens e histórias diferentes (ou assistir a novela das 8 da Globo, tanto faz) e isso nos trás uma certa experiência  (diria até um poder) para prever como as coisas vão acontecer. Algumas vezes somos cobrados pelas pessoas e outras vezes por nós mesmos, em mudar, variar, ou seja, deixar de ser previsível, deixar o "bandido" vencer no final.

Agora coloco o seguinte ponto: Sou Gerente de Projetos e digo que não há nada mais perfeito que a previsibilidade dentro de um planejamento de projeto, executando tudo na mais perfeita harmonia dentro de tudo que foi definido no plano de cronograma, plano de custo, definição do escopo e qualidade. Mudando um pouco o cenário, hoje quero ir trabalhar, pegar meu filho na escola, dar banho nele, tomar um banho, se arrumar, deixar meu filho com os avôs para ir ao cinema, comprar os ingressos e a pipoca e assistir ao filme. Um programa como esse tende a ter um final previsível, pois um único fator pode colocar tudo a perder, e esse fator pode ser o transito, filas longas ou achar uma vaga de shopping. Seria ótimo se pudéssemos fazer tudo isso conforme planejado, mas é muito previsível que o transito pode atrapalhar tudo isso ainda mais morando em uma cidade como Jundiaí, Campinas ou São Paulo. Dessa forma, porque não prever o pior e sair um pouco mais cedo? Porque já não comprar o ingresso antes pela internet? Com isso eu dou um gancho para o tema do próximo post que gostaria de falar sobre pessimismo.

Concluindo esse post, queria deixar algumas perguntas para reflexão. Previsibilidade é um mal necessário? Viver sem um mínimo de previsibilidade garante um lugar no hospício? Viver uma vida diferente todos os dias garante a felicidade? É possível viver sem falar aquela maravilhosa frase: "Viu? Eu tinha razão! Como sempre!" ?

Até o próximo post.

Duda

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Justificativa

Significado de Sobrenatural


adj. Que ultrapassa as forças da natureza; fora das leis naturais: poder sobrenatural.
Que pertence ao domínio da fé: verdades sobrenaturais.
Fig. Grande, excessivo, extraordinário: esforço sobrenatural.
S.m. Aquilo que é ou tem caráter sobrenatural.

Significado de Artificial


adj. Que é produzido não pela natureza mas por uma técnica: flores artificiais.
Fig. A que falta naturalidade, afetado: entusiasmo artificial. (Contr.: natural.)
Dia artificial, iluminação intensa que supre a luz do dia.

 É com base nos significados das palavras acima que criei esse blog. Uma forma de expressar assuntos que altrapassam as forças da artificialidade e que muitas vezes nos fazem reforçar a fé ou perdê-la.

Assuntos que vão desde questionamentos filosoficos, religião e moral, até assuntos corriqueiros de filmes, histórias e dia-a-dia.

A intenção não é atingir um publico ou um nicho, muito menos ficar famoso (se é que isso ocorre de verdade). A unica e verdadeira intenção é colocar no "papel" aquilo que penso, que não consigo deixar preso apenas em meus pensamentos.

Com um punhado de palavras é possivel chegar a qualquer lugar, de qualquer maneira, como quiser e com quem quiser, mas para isso vc precisa escolher quais palavras usar.