*** Atenção: este post contem SPOILERS de filmes ***
"Eu
não sei se mamãe está certa ou se o Tenente Dan é que está.
Não sei se... cada um tem um
destino ou se só flutuamos sem rumo...
como uma pena numa
brisa... mas, acho que talvez sejam ambas as coisas.
Talvez as duas
coisas aconteçam ao mesmo tempo."
Eu estava querendo escrever sobre
destino. Na verdade estava querendo escrever minha opinião sobre
ele. Mas eu percebi que se fosse escrever apenas minha opinião, esse post teria apenas uma frase, e seria mais ou menos assim: "O Destino é um tremendo
brincalhão." - é claro que em algumas situações já troquei o brincalhão por outros
nomes menos simpáticos.
Pois bem, estava eu passando os canais, quando que por força do destino (risos) liguei a TV e lá estava um homem
sentado em um banco, esperando um ônibus, contando umas histórias e comendo alguns bombons (a título de
curiosidade, no mesmo cenário usado em De Volta para o Futuro).
Como eu só havia assistido a esse filme umas 26 vezes, fiquei interessado no
filme, bem no final escutei o diálogo transcrito no início desse post e foi isso que me deu um fôlego maior para
falar sobre o destino.
Eu fiquei travado por um tempo quando escutei esse diálogo,
porque na verdade eu o que eu queria mesmo era escrever um monte de complexidades - e não só um parágrafo - sobre o destino, mas de repente me vem esse “dialogo”
simples e objetivo descrevendo tudo o que eu queria dizer.
Duas situações, uma delas ilustrada por uma cena de filme e outra por um discurso, mostraram como o
destino interfere nas nossas vidas, mas que a decisão ainda se mantém em nossas mãos.
A primeira situação ocorre no finalzinho do filme Marley & Eu onde o personagem John Grogan reencontra seu amigo Sebastian após alguns anos. Nesse ponto da primeira situação ocorre a convergência com a outra situação, onde Steve Jobs fala
em seu famoso Discurso de Stanford sobre como não é possível ver os resultados das nossas ações de hoje 10 anos
no futuro, contudo, você consegue retroceder 10 anos no passado e reavaliar o
impacto que suas decisões tiveram na sua vida hoje. No momento em que John Grogan
encontra seu amigo, ambos fazem esse retrocesso, avaliando todas as decisões
que tomaram, sejam elas difíceis ou não, certas ou erradas. Talvez em questão de segundos eles fizeram uma rápida avaliação de como tudo seria diferente se em uma determinada decisão a opção escolhida fosse a outra, e no final, em seus rostos há um misto de “e se
fosse diferente” com “eu fiz a coisa certa”.
Não acredito que o destino interfira em tudo, principalmente em nossas decisões. Se pensarmos dessa forma, qual seria a graça se
a responsabilidade de nossos atos, estivesse sempre relacionada com algo que já era
previsto? Onde estaria o livre arbítrio?
Talvez nós possamos ter algumas
tarefas a cumprir em nossa vida, como uma forma de evolução e de recuperação. Somos humanos e erramos, e erramos muito por sinal, por isso acredito que precisamos ter um significado em nossas vidas, fazer o melhor da melhor forma possível, levando em consideração, principalmente, o respeito pela humanidade, e se entendermos que esse é o nosso caminho, se dedicar em prol dela. Como diria André Luiz em Nosso Lar: "Não estamos aqui a passeio."
Pelo fato de nossas
decisões serem muito importante em nossas vidas, muitas vezes nos sentimos derrotados diante de uma
decisão errada, frustrados por ter cometido uma falha e ficamos cultivando a
culpa. Só que esquecemos que ainda temos o que fazer, que não viemos só com um objetivo e que o trabalho a ser
executado está apenas começando, que seu descanso só ocorrerá quando realmente
for a nossa hora de descansar.
O destino não é cruel, mas muitas vezes, as decisões que tomamos são muito cruéis. A
dificuldade das nossas decisões é proporcional ao impacto que ela terá em
nossas vidas e essa dificuldade piora cada vez mais quando essa decisão interfere na vida de outras pessoas, e devemos entender que a grande maioria delas sempre afetará outras pessoas. Embora acertar em nossas decisões sempre seja uma vitória, nossos erros sempre serão perdoados, leve o tempo que levar e as
vidas que levarem. Evoluir com elas deve ser sempre nosso objetivo. A próxima decisão esta aí, agora, nesse momento. A própria publicação desse post foi uma decisão.
Duda.
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